Diversas doenças podem ser a causa de dor no cotovelo e o diagnóstico diferencial é essencial para um correto tratamento. Nesse artigo, serão explicados brevemente as principais causas de dor no cotovelo.
Na região do cotovelo e do antebraço, alguns nervos podem ser comprimidos, causando dor ou perda de função (que pode gerar diminuição de força). Dentre as síndromes compressivas, destacamos abaixo aquelas que comprometem o nervo radio, responsável pela extensão do punho e dedos.
O nervo radial se ramifica em 2 nervos próximo ao antebraço: nervo interósseo posterior (responsável pela parte motora, ou seja, os movimentos) e nervo radial superficial (responsável pela sensibilidade)
Os nervos podem ser comprimidos por diversas estruturas, tumores ou por movimentação repetitiva de rotação do antebraço. As principais causas estão listadas abaixo:
O diagnóstico é realizado pelo quadro clínico e exame físico. As características da compressão de cada nervo está resumida abaixo.
Síndrome do interósseo posterior
Síndrome do túnel radial
O diagnóstico diferencial da síndrome do túnel radial com epicondilite é difícil:
Outro nervo sensitivo que pode ser comprimido é o nervo cutâneo lateral do antebraço, que é uma continuação do nervo musculocutâneo e é responsável pela sensibilidade na parte lateral do antebraço.
Suas principais causas:
O diagnóstico é realizado através do quadro clínico e do exame físico:
A instabilidade posterolateral rotatória do cotovelo pode se manifestar com dor ao invés de luxações recidivantes do cotovelo. No entanto, lesões do ligamento do cotovelo (colateral ulnar) podem estar presentes em até 25% dos casos de epicondilite, sendo mais comuns. Quando a lesão ligamentar coexistir com a epicondilite lateral, há maior risco de tratamento do tratamento conservador (reabilitação e demais medidas).
O diagnóstico através do exame físico é difícil é visa reproduzir a instabilidade do cotovelo com manobras específicas. O paciente também pode referir dor e sensação de instabilidade ao se levantar de uma cadeira usando os braços como apoio ou durante exercícios de flexão de braço.
A ressonância magnética tem papel importante nesse diagnóstico e pode demonstrar as lesões do ligamento colateral ulnar, edema na cabeça do rádio e na parte posterior do capítulo.
A plica sinovial é uma causa descrita mais recentemente de dor no ombro e seu diagnóstico é controverso, pois alguns autores não a consideram responsável pela dor. A plica é uma dobra da cápsula articular (tecido que reveste as articulações) e quando espessada pode causar dor durante determinados movimentos do cotovelo.
Ela é mais comum entre 20 e 30 anos, associada a atividades esportivas. A dor é posterolateral (mais atrás do cotovelo) e pode estar associada a estalidos dolorosos, piorando com flexão e extensão do cotovelo pronado
A ressonância magnética pode demonstrar espessamento da plica > 3mm, associada a defeitos focais no capítulo ou sinovite focal. Mesmo uma plica normal não exclui que ela seja sintomática.
A doença de Panner é rara, sua causa não é bem conhecida e se caracteriza por uma necrose (morte) da cartilagem de crescimento do capítulo (parte do osso do úmero), seguida de sua regeneração.
É uma doença do cotovelo que acomete crianças, dos 7 aos 12 anos. É uma doença benigna, pois é autolimitada, sendo resolvida sem o tratamento cirúrgico.
O diagnóstico é realizado com radiografias simples. A ressonância magnética pode detectar essas lesões mais precocemente.
Também é uma doença do cotovelo da criança, porém acomete a faixa etária dos 12 aos 15 anos. Se caracteriza pela necrose e fragmentação do capítulo (osso da parte mais distal do úmero). Está associada a atividades repetitivas com o cotovelo, principalmente os esportes de arremesso. Pode causar dor, limitação é travamento do cotovelo. É uma doença mais grave do que a de Panner e pode necessitar de tratamento cirúrgico se houver fragmentos osteocondrais soltos ou instáveis.
É uma causa de dor por impacto entre a cabeça do rádio e o capítulo. Pode ocorrer em praticantes de esportes de arremesso e pode causar lesões na cartilagem do capítulo ou da cabeça do rádio. Nesses caso, é comum haver lesão ou alogamento excessivo dos ligamentos mediais (da parte de dentro do cotovelo), mas sem lesão dos ligamentos laterais.
Podem ocorrer após traumas de menor intensidade, após uma queda com a mão espalmada. São fraturas dificilmente visualizadas nas radiografias, sendo necessários exames como a ressonância ou a tomografia para a confirmação do diagnóstico.
A artrose do cotovelo é rara. Mais comumente ocorre após fraturas ou luxações que evoluíram com alguma complicação e podem levar anos para se manifestar. A artrose primária, aquela causada por degeneração, é mais rara. A artrite reumatóide pode acometer o cotovelo e gerar uma artrose secundária. Radiografias simples podem ser suficientes para fechar o diagnóstico da artrose do cotovelo e permitir o início do tratamento.