Fraturas do terço proximal do úmero ou do úmero proximal são a terceira fratura mais comum. Elas ocorrem em 2 faixas etárias e estão relacionadas a dois mecanismos de trauma: nos pacientes mais jovens são causadas por acidentes de alta energia, como acidentes de carro ou moto; nos pacientes acima de 50 anos podem ocorrer em traumas mais leves, como queda da própria altura e comumente estão relacionadas à osteoporose.
O diagnóstico é feito através do exame físico e de radiografias simples. Nos casos mais complexos, pode ser necessária a tomografia computadorizada, que permite uma avaliação tridimensional da fratura. Eventualmente, algumas fraturas podem não aparecer na radiografia inicial, chamadas de fraturas ocultas e são mais comuns nas fraturas sem desvio do tubérculo maior (proeminência no úmero em tendões do manguito rotador se inserem).
Há uma variação muito grande entre os tipos de fratura. As fraturas podem acometer diferentes partes do osso e podem ou não ser desviadas. Quanto mais desviados esses fragmentos ou partes do osso, mais grave é a fratura. As fraturas com desvio entre os fragmentos são classificadas de acordo com o número de partes (2, 3 ou 4 partes). Quanto maior o número de partes, pior será a fratura. Existem diversos outros critérios que determinam a gravidade da fratura e que são avaliados pelo médico para determinar o melhor tratamento. A presença de luxação da cabeça do úmero e a fratura com degrau na articulação também são fatores de maior gravidade
A maioria dessas fraturas tem mínimo desvio e podem ser tratadas de modo não operatório. Em cerca de 20% dos casos a cirurgia é indicada devido ao desvio da fratura. Nos outros 80% o tratamento com uma imobilização com tipóia pode ser realizado. Como existem diversos subtipos dessa fratura, o tratamento deve ser individualizado para cada caso. Mas de modo geral, as fraturas que apresentam desvio entre o osso do úmero e a cabeça do úmero maior que 1cm são consideradas desviadas e podem ser um fator decisivo na escolha da cirurgia. Um desvio de 0,5cm entre as proeminências da cabeça do úmero, chamadas de tubérculos, é o limite aceitável para a maioria dos casos. A angulação superior a 30° a 45° também é considerada como o máximo tolerável. Diversos outros critérios existem para essa tomada de decisão e a orientação de um ortopedista com experiência no tratamento dessas fraturas é essencial.
O tratamento não cirúrgico, ou conservador, é feito com a imobilização do ombro, através do uso de uma tipóia. O tempo de uso da tipóia é variável e depende da cicatrização óssea (consolidação) que será avaliada através de radiografias seriadas. Em média a tipóia é utilizada por cerca de 1 mês , permitindo a movimentação do cotovelo, punho e mão desde o início do tratamento. Dependendo da fratura, a tipóia pode ser retirada para alguns movimentos leves do ombro, orientados pelo médico.
O tipo de cirurgia depende do gravidade da fratura. Na maioria das fraturas, o objetivo é fixar os fragmentos ósseos e estabilizá-los de modo a permitir uma movimentação e reabilitação precoce. Existem diversos métodos para fixar essa fratura. O método mais utilizado atualmente é a fixação com placas específicas para esse tipo de fratura, com características mecânicas que apresentam maior resistência e promovem maior estabilidade.
Diversas complicações podem ocorrer com essas fraturas, com ou sem a cirurgia. A perda dos movimentos do ombro é a complicação mais comum e depende de uma série de fatores, como: tempo prolongado de imobilização, gravidade da fratura e posição dos fragmentos ósseos após a consolidação. A consolidação em uma posição ruim também é uma complicação ruim. Uma angulação excessiva do úmero ou o desvio dos tubérculos pode gerar dor ou alguma limitação dos movimentos. A complicação mais temida é a osteonecrose. Essa complicação pode decorrer da perda do suprimento sangüíneo da cabeça do úmero. Pode ocorrer até 2 ou 3 anos depois da cirurgia e principalmente nas fraturas mais graves (em 4 partes) ou naquelas associadas à luxação.
Tenho comigo uma verdade e aplico aqui no meu blog: a informação é a melhor das prevenções. Porém, talvez você esteja em um estágio mais avançado de complicação e dor no local e por essa razão chegou até o fim do meu artigo. Quero te agradecer e não te deixarei sair de mão vazias.
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Um forte abraço e até o próximo artigo.