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Fratura do terço proximal do úmero (fraturas do ombro)

Fraturas do terço proximal do úmero ou do úmero proximal são a terceira fratura mais comum. Elas ocorrem em 2 faixas etárias e estão relacionadas a dois mecanismos de trauma: nos pacientes mais jovens são causadas por acidentes de alta energia, como acidentes de carro ou moto; nos pacientes acima de 50 anos podem ocorrer em traumas mais leves, como queda da própria altura e comumente estão relacionadas à osteoporose.

 

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é feito através do exame físico e de radiografias simples. Nos casos mais complexos, pode ser necessária a tomografia computadorizada, que permite uma avaliação tridimensional da fratura. Eventualmente, algumas fraturas podem não aparecer na radiografia inicial, chamadas de fraturas ocultas e são mais comuns nas fraturas sem desvio do tubérculo maior (proeminência no úmero em tendões do manguito rotador se inserem).

Quais os tipos e as diferenças entre as fraturas?

Há uma variação muito grande entre os tipos de fratura. As fraturas podem acometer diferentes partes do osso e podem ou não ser desviadas. Quanto mais desviados esses fragmentos ou partes do osso, mais grave é a fratura. As fraturas com desvio entre os fragmentos são classificadas de acordo com o número de partes (2, 3 ou 4 partes). Quanto maior o número de partes, pior será a fratura. Existem diversos outros critérios que determinam a gravidade da fratura e que são avaliados pelo médico para determinar o melhor tratamento. A presença de luxação da cabeça do úmero e a fratura com degrau na articulação também são fatores de maior gravidade

Como decidir entre o tratamento conservador e a cirurgia para as fraturas do terço proximal do úmero?

A maioria dessas fraturas tem mínimo desvio e podem ser tratadas de modo não operatório. Em cerca de 20% dos casos a cirurgia é indicada devido ao desvio da fratura. Nos outros 80% o tratamento com uma imobilização com tipóia pode ser realizado. Como existem diversos subtipos dessa fratura, o tratamento deve ser individualizado para cada caso. Mas de modo geral, as fraturas que apresentam desvio entre o osso do úmero e a cabeça do úmero maior que 1cm são consideradas desviadas e podem ser um fator decisivo na escolha da cirurgia. Um desvio de 0,5cm entre as proeminências da cabeça do úmero, chamadas de tubérculos, é o limite aceitável para a maioria dos casos. A angulação superior a 30° a 45° também é considerada como o máximo tolerável. Diversos outros critérios existem para essa tomada de decisão e a orientação de um ortopedista com experiência no tratamento dessas fraturas é essencial.

Como é o tratamento não cirúrgico?

O tratamento não cirúrgico, ou conservador, é feito com a imobilização do ombro, através do uso de uma tipóia. O tempo de uso da tipóia é variável e depende da cicatrização óssea (consolidação) que será avaliada através de radiografias seriadas. Em média a tipóia é utilizada por cerca de 1 mês , permitindo a movimentação do cotovelo, punho e mão desde o início do tratamento. Dependendo da fratura, a tipóia pode ser retirada para alguns movimentos leves do ombro, orientados pelo médico.

Como é o tratamento cirúrgico das fratura do terço proximal do úmero?

O tipo de cirurgia depende do gravidade da fratura. Na maioria das fraturas, o objetivo é fixar os fragmentos ósseos e estabilizá-los de modo a permitir uma movimentação e reabilitação precoce. Existem diversos métodos para fixar essa fratura. O método mais utilizado atualmente é a fixação com placas específicas para esse tipo de fratura, com características mecânicas que apresentam maior resistência e promovem maior estabilidade.

Quais as principais complicações?

Diversas complicações podem ocorrer com essas fraturas, com ou sem a cirurgia. A perda dos movimentos do ombro é a complicação mais comum e depende de uma série de fatores, como: tempo prolongado de imobilização, gravidade da fratura e posição dos fragmentos ósseos após a consolidação. A consolidação em uma posição ruim também é uma complicação ruim. Uma angulação excessiva do úmero ou o desvio dos tubérculos pode gerar dor ou alguma limitação dos movimentos. A complicação mais temida é a osteonecrose. Essa complicação pode decorrer da perda do suprimento sangüíneo da cabeça do úmero. Pode ocorrer até 2 ou 3 anos depois da cirurgia e principalmente nas fraturas mais graves (em 4 partes) ou naquelas associadas à luxação.

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